A pessoa cuja autoridade é respeitada exerce com competência a tarefa que lhe foi confiada pelos que lhe conferiram tal autoridade... O poder, de um lado, e o medo, de outro, são sempre os esteios em que se apoia a autoridade irracional. Erich Fromm
Faço essa citação como pretexto para comentar a resposta da Pró-Reitora Edelcides Gondim ao documento de minha autoria publicizado no site do SINTEF-PB. Não me referi, no texto, à professora Edelcides Gondim, mas à gestora da Pró-Reitoria de Extensão do IFPB.
A pró-reitora habilmente tentou dissimular o fato grave relacionado ao comportamento, não apenas dela; mas de parte da equipe gestora.
Esta não foi a primeira vez em que a pró-reitora se dirigiu a mim, que também sou professora desta Instituição, de forma autoritária. Não sei se esse comportamento é uma decisão dela ou se ela cumpre ordens. Fico confusa porque custo crer que ela não seja capaz de ver o valor acadêmico e social de nossas iniciativas, algo que em alguns momentos ela expressa.
Divido com meus pares algumas situações a que estive exposta para que possam me ajudar a entender se se trata de um constrangimento por razões exteriores ou por necessidades interiores, como ela insinuou em documento enviado pelo SINTEF-PB. Digo isto, porque, na verdade, desconheço motivos que justifiquem a forma como a pró-reitora tem me tratado, exceto por perseguição política e tentativa de impedir a projeção do meu trabalho. E a quem isso interessa?
Divido com meus pares algumas situações a que estive exposta para que possam me ajudar a entender se se trata de um constrangimento por razões exteriores ou por necessidades interiores, como ela insinuou em documento enviado pelo SINTEF-PB. Digo isto, porque, na verdade, desconheço motivos que justifiquem a forma como a pró-reitora tem me tratado, exceto por perseguição política e tentativa de impedir a projeção do meu trabalho. E a quem isso interessa?
Logo nos primeiros dias da campanha passada, quando nós ainda trabalhávamos a possibilidade da candidatura do professor Rômulo Gondim, a pró-reitora me chamou ao seu gabinete, de forma desrespeitosa e acintosa, com o Plano de Trabalho do Netdeq, para 2009, em mãos, e me cobrou ações de prevenção nos campi do IFPB, ações essas que eu já tinha feito articulações e acertos, mas por falta de autonomia financeira da Pró-Reitoria e dos campi, não fora possível realizá-las. Disse-me sem rodeios que havia apoiado a criação do Netdeq, mas que não tinha visto resultado, empunhando o documento escrito por mim. Reagi mostrando as razões pelas quais isso não fora possível. Lembrei inclusive o fato dela própria não poder ter feito muito pela extensão na rede multicampi fato com o qual ela concordou no momento. A sua incoerência entre o que ela diz e faz mais uma vez me deixou sem respostas acerca de seu apoio. Ao mesmo tempo em que reconheceu a fragilidade da Política de Extensão, naquele momento, cobrava-me ações que nem mesmo ela fora capaz de fazer. Sai desta reunião constrangida e como sou resiliente tentei reafirmar articulações feitas com o campus Picui, mesmo sem apoio substancial.
Estávamos nestas articulações quando o professor Rômulo saiu da campanha e eu assumi a liderança. Logo depois recebi a resposta da Diretora do campus de Picui, a Professora Verônica, informando que eu não poderia ir lá, uma vez que estava candidata. Questionei porque o reitor tinha acesso ao campus e eu não poderia ter: A ida dele é justificável , porque ele é reitor, e está a trabalho! Disse a Professora Verônica. E nunca mais voltou a falar do assunto. Digam-me o que isto significa?
Estávamos nestas articulações quando o professor Rômulo saiu da campanha e eu assumi a liderança. Logo depois recebi a resposta da Diretora do campus de Picui, a Professora Verônica, informando que eu não poderia ir lá, uma vez que estava candidata. Questionei porque o reitor tinha acesso ao campus e eu não poderia ter: A ida dele é justificável , porque ele é reitor, e está a trabalho! Disse a Professora Verônica. E nunca mais voltou a falar do assunto. Digam-me o que isto significa?
Constrangimento por meios externos ou por necessidade interior. Respeito a regras eleitorais ou manobras autoritárias?
O que mais me constrangeu no episódio recente foi que a pró-reitora não moveu uma palha sequer para apoiar nossa ida aos campi, como estava previsto em Plano de Trabalho, mas cobrava nossas ações. Digam-me o que isto significa? Também não apoiou as nossas últimas iniciativas do projeto do Centro de Referência Regional que coordeno. Na época, cometeu a tentativa falha de desviar o projeto para a Pró-Reitoria de Ensino. Depois do projeto pronto, por telefone, sugeriu que este projeto fosse enviado pela Diretoria de apoio ao Ensino, uma proposta fora do contexto do edital, que era da área da extensão, com o objetivo único de me manter sob controle. Como não abrimos mão, ela teve que fazer um ofício ao presidente da Funetec solicitando o envio do projeto à SENAD. Fiquei surpresa quando o presidente da Funetec disse que ela não havia falado com ele e desconsiderando o documento a princípio se negou a enviar o projeto alegando dificuldades técnicas com o SICONV.
Como eu tinha uma articulação com a UFPB, a Funape, que é a fundação de apoio daquela instituição, assumiu o compromisso de enviar o nosso projeto. Neste momento estabeleceu-se um conflito. Não seria muito interessante para a Reitoria do IFPB uma professora da instituição ter que enviar um projeto de extensão por outra instituição por falta de apoio e interesse dos seus gestores.
Durante o conflito que se estabeleceu, e que foi difícil de resolver, a pró-reitora simplesmente se ausentou do processo e o chefe do departamento de extensão, o professor Guilherme, assumiu o status de pró-reitor, na solução... Conseguimos enviar o projeto, que foi aprovado e elevou a condição de nossas ações para a Política Nacional sobre Drogas. Através da FUNETEC o projeto está em andamento e com muita repercussão. Destaco que, fazer projetos em nossa instituição, muitas vezes significa atrevimento, esperteza e desobediência a hierarquias, tendo em vista as concepções de gestão e as barreiras impostas nas Políticas Institucionais, que não se adequam aos modelos de produção acadêmica e prazos, que sempre são imprensados.
Relato ainda que, no dia posterior ao envio do projeto a Pró-Reitora mais uma vez me causou constrangimento, quando me abordou de forma desrespeitosa, na porta de sua sala, fazendo referências a um recado do reitor que, para enviar projetos tinha que ser com tempo suficiente para uma análise técnica de setor financeiro. Enfatizando de forma autoritária, que isto não se repetiria.
Relato ainda que, no dia posterior ao envio do projeto a Pró-Reitora mais uma vez me causou constrangimento, quando me abordou de forma desrespeitosa, na porta de sua sala, fazendo referências a um recado do reitor que, para enviar projetos tinha que ser com tempo suficiente para uma análise técnica de setor financeiro. Enfatizando de forma autoritária, que isto não se repetiria.
Resumindo, a pró-reitora, na verdade, talvez em alguns momentos tenha tido um interesse em apoiar o projeto, ou não. As questões relativas ao modelo de gestão estabelecido no IFPB não me deixa decidir com clareza. O fato é que quando o trabalho começou a ser reconhecido em âmbito federal, ela, de forma acintosa, me chama ao seu gabinete e diz: “Esse Centro está indo longe demais e agora estamos interessados nele”. E mais: de forma dissimulada insinuou transferir o projeto para outra instituição, que tivesse a área de saúde. O que constrange é entender que tudo isto é apenas ameaça, pois ela não teria como executar nenhuma destas ações.
Por outro lado, com o seu trocadilho entre texto e pretexto, a pró-reitora tenta desviar a atenção do verdadeiro motivo do documento que foi publicado pelo Sindicato: denunciar um episódio de abuso de autoridade a um dos seus sindicalizados.
O que quero com a minha exposição é dar a esta instituição subsídios para se discutir modelos de gestão que garantam a autonomia política e acadêmica, além da democratização dos processos administrativos e financeiros, com a construção do respeito mútuo e as garantias de direitos individuais e coletivos, que é a base de uma educação para a liberdade de expressão e de criação. Desafio a professora a explicar estes atos esclarecendo-me se ela realmente acha que há necessidade de controle de minhas ações ou se apenas está cumprindo ordens superiores.
Encerro com Einstein: Aprendo a tolerar aquilo que me faz sofrer. (Einstein – Como vejo o mundo)
Vania Maria de Medeiros
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