sábado, 27 de agosto de 2011

O SANGUE NOVO E A INGERÊNCIA POLÍTICO PARTIDÁRIA NO MOVIMENTO SINDICAL






Crisvalter Medeiros



O II Congresso Ordinário do SINTEFPB realizado no último final de semana (26 a 28), no Hotel Xênius, na Praia do Cabo Branco, em João Pessoa, revelou a cara nova do movimento sindical no serviço público, que hibernou durante a última década, em decorrência das ingerências político-partidárias.

O sangue novo trazido pelas contratações dos últimos anos para atender ao projeto de expansão do ensino profissional e tecnológico está desempenhando um papel histórico importante no resgate da credibilidade do movimento sindical. No caso específico do IFPB, os novos estão forçando o surgimento de uma cultura dialógica entre os trabalhadores e a gestão; realidade que até recentemente era impossível de se imaginar na Instituição. Os jovens professores e técnicos com uma excelente formação trazem um alento de esperança e possibilidades para a educação profissional e tecnológica.

Entretanto, algumas considerações precisam ser feitas com relação ao evento. O tema da palestra de abertura não correspondeu à realidade da nova geração de sindicalizados. A visão tradicional do processo de enfrentamento ao capitalismo fundamentada nas teses marxista leninista está ultrapassada. A temática da inclusão social exigiria uma abordagem mais versátil em termos culturais, por exemplo, a da complexidade espelhada em Edgar Morin. Não caberia uma visão reducionista, mas uma analise dos impactos culturais provocados pelas relações de produção fundamentada em uma analogia das redes sociais. 

Foi louvável a qualidade dos debates empreendidos durante o evento, principalmente pela presença dos recém-contratados que conseguiram se expressar de forma mais independente superando o clima de autoritarismo vigente até recentemente em decorrência da limitação do modelo educacional ministrado na instituição.

Só precisamos tentar evitar as ingerências de ordem politico partidária remanescentes da cultura anterior do movimento sindical. Esta tentativa ainda está bem viva nos discursos de alguns membros da categoria. Precisamos aprender as lições das experiências das décadas passadas que quase levaram o movimento sindical à falência.

È necessário também evitar a manipulação de servidores carreiristas de plantão que tentam se utilizar das boas intenções de quem está realmente engajado na defesa das políticas públicas educacionais, para fazer a sua promoção pessoal.

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