Crisvalter Medeiros
Na última sexta-feira (07), pudemos assistir a mais um capítulo da extensa novela da democratização dos processos administrativos, pedagógicos e culturais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), uma instituição centenária que, nos últimos anos, tem experimentado um intenso processo de metamorfoses educacionais em busca de uma adequação aos novos tempos.
A reunião do CONSUPER, no auditório José Marques, do Campus João Pessoa, para apreciação da pauta interna do SINTEF-PB, foi acompanhada pelo olhar atento dos segmentos que compõem a comunidade: professores, técnicos e estudantes, através de um telão exposto no pátio interno.
As matérias aprovadas na reunião do CONSUPER, órgão de deliberação máxima da Instituição, foi o resultado da pressão exercida pelo Sindicato que congrega docentes e técnicos da Instituição que, na gestão atual, sem desconsiderar o papel histórico das gestões anteriores, tem enfrentado o autoritarismo que caracterizou a gestão do ensino técnico nos últimos cem anos. Autoritarismo que, atualmente, não faz mais sentido já que os postulados da educação profissional e tecnológica contemporâneos primam muito mais pela democratização do saber, da gestão do saber; pelas relações dialógicas e pelo desenvolvimento da criatividade, ao invés dos princípios meramente disciplinadores e punitivos.
Os conselheiros conseguiram aprovar reivindicações da categoria que, há muito, vinham se arrastando no ramerrão característico da atual gestão do IFPB. Foram aprovadas a flexibilização da jornada de trabalho para 6 horas, as normas de remoção interna e a regulamentação da progressão funcional dos docentes do IFPB. A apreciação do PRONATEC, as normas de democratização de alguns procedimentos institucionais e a progressão dos técnico-administrativos ficaram para a próxima reunião.
A reunião do CONSUPER foi acompanhada pelo olhar atento dos integrantes dos segmentos institucionais, inclusive, dos estudantes. É claro que numa situação de total transparência nenhum gestor, que tenha intenções políticas na instituição, teria a coragem de se interpor às reivindicações, por demais justas, dos servidores. A reunião, obviamente, serviu de palco para algumas lideranças, que têm mais perspicácia política e bom-senso, preparar terreno visando à próxima sucessão à reitoria e outros cargos político-administrativos da instituição.
O destaque da reunião, justiça seja feita, foi o esmero da relatoria do processo da regulamentação da progressão funcional dos docentes pelo professor Avenzoar Arruda, seguida pelo apoio do professor Cícero Nicácio do Nascimento Lopes, diretor do Campus de Campina, e do diretor do Campus de Sousa, Francisco Sicupira. A pedagoga Maria José Dantas também demonstrou sua competência administrativa na defesa da flexibilização da jornada de trabalho para 6 horas na instituição. Foi, sem dúvida, uma reunião histórica no IFPB.
Além das especulações políticas, fato notório é que a democracia foi a grande vedete da reunião e, isto, deve-se ao fator da categoria está articulada, participativa e principalmente de olho na gestão. Essa articulação, conquistada a duras penas, tem de continuar, não podemos mais nós dispersar.
Na próxima reunião devermos estar novamente de olho na votação do CONSUPER. Gestão pública não se faz com autoritarismo, nem articulações dissimuladas, sucumbidas em gabinetes; mas com transparência e total visibilidade. Os filósofos e os sociólogos sabem muito bem que, desde o início do século XVIII, o olho tornou-se a principal ferramenta de apoio ao poder, desta forma, pode se dizer: olhar é poder.
Portanto, que o SINTEF-PB providencie para que possamos assistir novamente a próxima reunião do CONSUPER, no dia 21 de outubro, que vai deliberar sobre causas importantes para toda a comunidade.
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